Leitura e Escrita

18/01/2013 18:11

 LEITURA E ESCRITA

Saber ler e escrever tornou-se instrumento privilegiado para obtenção do conhecimento, exigência da modernidade e para o desenvolvimento social. Mortatti (2006) explica:

A leitura e a escrita - que até então eram práticas culturais cuja aprendizagem se encontrava restrita a poucos e ocorria por meio de transmissão assistemática de seus rudimentos no âmbito privado do lar, ou de maneira menos informal, mas ainda precária, nas poucas escolas do Império ("aulas régias") - tornaram-se fundamentos da escola obrigatória, leiga e gratuita e objeto de ensino e aprendizagem escolarizados.

Conforme Mortatti (2006) foi nesse momento que a leitura e escrita tornou-se objeto sistematizado pela escola e transmitido por pessoas especializadas.

A escolha do melhor e mais eficaz método de alfabetização sempre causou discussões entre alfabetizadores e gestores. Dentre eles repercutem os métodos sintéticos e os analíticos.

Os métodos sintéticos partem em começar o processo de leitura e escrita pelas partes menores que as palavras (letras e sílabas). O oposto a esses chama-se métodos analíticos que partem das palavras ou unidades maiores.

O método sintético enfoca no oral e escrito, entre o som e a grafia que dentre suas vertentes sob influência da lingüística encontra-se o método fônico. Este estabelece a correspondência gráfica e sonora dos elementos mínimos (letras) que formam as palavras. O método fônico prioriza o oral, a unidade mínima do som da fala progride para sua representação gráfica. De acordo com Ferreiro e Teberosky (1999, p.21) "é preciso que o sujeito seja capaz de isolar e reconhecer os diferentes fonemas de seu idioma para poder, a seguir, relacioná-los aos sinais gráficos". Portanto, se faz necessário que o educador aguce a capacidade auditiva de seus alunos para que consiga distinguir os sons estabelecendo a correspondência grafema-fonema (letra-som).

Conforme Ferreiro e Teberosky (1999, p.21) o educador deve considerar duas questões como prévias:

a) que a pronúncia seja correta para evitar confusões entre os fonemas, e
b) que as grafias de formas sejam apresentadas separadamente para evitar confusões visuais entre as grafias.

Nesse sentido o método sintético permeia um aprendizado mecânico, ou seja, adquire-se uma técnica de decifrar palavras. Ler é decodificar o escrito em som. Se a correspondência som-letra estiver de acordo com os princípios alfabéticos, mais eficaz será o método.  Para isso o uso das famosas cartilhas evita confusões auditivas e/ou visuais.

O método analítico procede pelo conhecimento global e ideovisual. Parte do todo para o específico, ou seja, conhecer a palavra ou orações, para depois conhecer as partes que a compõe. O. Decroly apud Ferreiro e Teberosky (1999, p. 23) coloca que "no espírito infantil, as visões de conjunto precedem a análise". Considera-se ideovisual na qual é necessário começar com unidades significativas. É dele a palavração e a silabação. Trabalha-se a leitura e escrita da palavra, decompõe suas sílabas estabelecendo relações com sílabas de outras para formar outras palavras. 

Paulo Freire 1962 começou alfabetizar adultos utilizando este método, mas que complementou partindo de sua concepção de educação que liberta em que adotava  palavras geradoras considerando o repertório dos alfabetizandos e a partir desta valorização possibilitava a descoberta de outras palavras.

Porém, há os que apostam em utilizar os benefícios de ambos os métodos, surgindo o método misto. Um método flexível que respeita as possibilidades e potencialidades de cada aluno. 

No que tange os métodos de alfabetização citados, para crianças de seis anos é preciso considerar a competência lingüística e capacidade cognitiva em relação ao desenvolvimento físico, intelectual, psicológico, afetivo e social.

ALFABETIZAÇÃO NO 1° ANO

O trabalho da linguagem e escrita desde a educação infantil é avaliado positivamente na obtenção de melhores resultados nas etapas posteriores da educação básica.

As crianças de seis anos no ensino fundamental iniciam a apropriação de uma série de conhecimento, dentre eles, o domínio da escrita alfabética e das práticas letradas de ler, compreender e produzir textos.

O ambiente escolar deve propiciar uma alfabetização letrada, como explica a professora Magda Soares (2000), "alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e escrita".

A curiosidade, o desejo e o interesse infantil desta faixa etária deve ser uma das artimanhas do educador para promover a leitura e escrita envolvendo situações significativas para as crianças, mas que aconteça a sistematização dos códigos alfabéticos em seus aspectos funcionais e textuais.

Os mecanismos de assimilação da leitura e escrita são marcados pela construção de hipóteses subsidiadas pela sucessão de contradições e conflitos cognitivos sob influencias das interações sociais e experiências da criança. As hipóteses configuram-se em fases denominadas pré-silábicas, silábicas, silábicas-alfabéticas e alfabéticas. 

Porém, Ana Teberosky (2005) ao ser entrevistada pela revista Escola sobre certa "confusão" que os alfabetizadores apresentam entre a psicogênese da língua escrita e o método fônico, ela esclarece:

A psicogênese não é método, e sim uma teoria que explica o processo de aprendizagem da língua escrita. Nesse contexto defendemos a integração de várias práticas pedagógicas. Mas o importante é que se leve em conta, além do código específico da escrita, a cultura e o ambiente letrados em que a criança se encontra antes e durante a alfabetização.

Com essa explicação observa-se a importância do alfabetizador em compreender como as crianças concebem o mundo escrito para que enfoque sua atenção nas possibilidades intelectuais das mesmas, independente do método que adota.

Este texto completo você encontra:https://www.pedagogia.com.br/artigos/alfabetizacaoensinofundamental/index.php?pagina=5

Caro educador, este texto nos faz refletir sobre o que estamos ensinando ou como estamos ensinando nossos alunos. Com base nessas teorias, é muito importante que o professor alfabetizador aproveite todos recursos que estiverem ao seu alcance e principalmente a observação do que está dando certo e o que não está dando resultado. Muitas vezes, o professor se apega a uma metodologia e não se apega a outras por medo de ser tradicional, mas o que é válido pra você caro amigo, o aprendizado do seu alunoou a sua fama de "DINÂMICO"? É bom ser dinâmico, melhor ainda quando juntamos um pouco de tudo e obtemos resultados. Que tal umas atividades que você pode fazer na RODA DE CONVERSA com a caixa surpresas, em grupos ou individual. Invista no  autoditado, jogo da forca, cruzadinhas, recortes de palavras com escrita abaixo, cantigas antigas ou novas... jogos silábicos ou dominó de figuras e palavras... Fica a aí as sugestões. Espero que goste!

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